Considerações acerca do casamento

Lições Bíblicas CPAD

Jovens e Adultos


2º Trimestre de 2009


Título: 1 Coríntios - Os problemas da Igreja e suas soluções

Comentarista: Antonio Gilberto

Lição 7: Considerações acerca do casamento
Data: 17 de Maio de 2009

TEXTO ÁUREO


"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará(Hb 13.4).

VERDADE PRÁTICA


Fundado por Deus no princípio, o casamento é uma instituição social e vitalícia como ponto de origem e suporte da família.

LEITURA DIÁRIA


Segunda - 1 Co 7.39
O casamento deve ser no Senhor

Terça - 2 Co 6.14-18
Deus condena os casamentos mistos

Quarta - Gn 2.24
O casamento torna o homem e a mulher "uma só carne"

Quinta - Mt 19.6
O casamento deve ser indissolúvel

Sexta - Mt 5.27,28
O casamento é uma salvaguarda contra a imoralidade

Sábado - Hb 13.4
O casamento deve ser puro

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


1 Coríntios 7.1-5,7,10,11.

1 - Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher;
2 - mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.
3 - O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.
4 - A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.
5 - Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.
7 - Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira, e outro de outra.
10 - Todavia, aos casados, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido.
11 - Se, porém, se apartar, que fique sem casar ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher.

INTERAÇÃO


Prezado professor, você está preparado para a ministração de mais uma aula? O tema de hoje, como todos do trimestre, é muito relevante, pois estudaremos, de modo direto e enfático, a respeito do casamento. Poderíamos fazer várias afirmações a respeito do matrimônio, mas que fique gravado na mente e no coração de seus alunos que o casamento é uma "sociedade" mútua instituída por Deus, em que cada participante deve zelar pelos direitos e bem-estar do cônjuge.

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • Compreender que o casamento é uma "sociedade" mútua instituída por Deus.
  • Conscientizar-se de que o casamento deve ser no Senhor.
  • Saber que o matrimônio é uma salvaguarda contra a imoralidade.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA


Professor, nos capítulos 5 e 6 da Epístola aos Coríntios, Paulo condena a imoralidade na igreja local. Ora, o antídoto contra o indecoro moral é o casamento no Senhor. Portanto, o capítulo 7 é o texto da Bíblia que mais discute e comenta o matrimônio e algumas de suas particularidades. Esta seção está dividida em: (vv.1-7) O comportamento dos cônjuges no casamento; (vv.8,9) A situação dos solteiros e viúvas; (vv.10,11) O casal cristão; (vv.12-16) Casamentos mistos; (vv.17-28) O estado de cada crente; (vv.29-35) Permanência no estado presente.

COMENTÁRIO


introdução

Palavra Chave
Casamento: Instituição divina que tem por objetivo a união entre um homem e uma mulher.

Havia dúvidas entre os crentes de Corinto sobre o casamento e o relacionamento familiar em geral. Foi então que eles resolveram escrever ao apóstolo Paulo a fim de se esclarecerem sobre esses assuntos (v.1).
Nesta lição, estaremos estudando o capítulo sete da primeira epístola de Paulo aos Coríntios, o texto mais rico da Bíblia acerca do casamento em seus diversos aspectos: o casal e a vida conjugal; os filhos; o estado de solteiro; a separação e o divórcio; a viuvez e o novo casamento etc.

I. CASAMENTO OU CELIBATO

É evidente a inspiração divina e sobrenatural do apóstolo Paulo ao tratar deste importante assunto. "Mando, não eu, mas o Senhor" (v.10); "Digo eu, não o Senhor" (v.12). Ver também os vv.25,40.
1. Casar ou não casar? "Bom seria que o homem não tocasse em mulher" (v.1). No estado de celibato, o homem e a mulher devem manter-se sexualmente abstêmios. Intimidades conjugais são limitadas ao casamento. Deus não criou o sexo para o pecado, como está ocorrendo no mundo ímpio; o chamado "sexo livre", segundo a Palavra de Deus, é abominação. Isto não significa, de acordo com a Bíblia, que seja impróprio, ou condenável, estar solteiro ou casado. É questão de consciência e possibilidades de cada um. Todavia, todos devem estar cientes de que o casamento traz consigo certas obrigações que os pretendentes não podem ignorar. Em 1 Timóteo 4.1-3, o mesmo apóstolo profetiza, pelo Espírito Santo, que um dos sinais do fim dos tempos é a proibição do casamento. Há por toda parte uma multidão de casais vivendo sem serem casados sob o rótulo de "união estável" protegida pelo Estado.
O matrimônio foi instituído por Deus e é um estado honroso (Hb 13.4), mas o celibato também é uma opção de vida perfeitamente natural (v.38). O casal cristão que vive no temor de Deus simboliza Cristo e sua Igreja (Ef 5.31,32).

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O matrimônio foi instituído por Deus. E, assim como o celibato, é um estado honroso.

II. A NECESSIDADE DO CASAMENTO (vv.2-5)

Ante a imoralidade sexual desenfreada, como era o caso da população de Corinto, e a do mundo hoje, o casamento efetuado por amor recíproco preserva e protege a pureza moral da sociedade a partir da família: "Mas por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido" (v.2).
Vejamos algumas atitudes e deveres cristãos concernentes ao casamento (vv.3,4).
1. Obrigações recíprocas (7.3,4). "O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido" (v.3). Ou seja, cumpram com seus deveres conjugais. O verbo "pague" deixa claro que não se trata de favor, mas de uma obrigação; do marido para com a esposa e da esposa para com o marido. Isso nos faz compreender que o ato conjugal não visa somente à procriação, mas a satisfação mútua. No casamento, cada cônjuge tem direito à pessoa do outro. Embora a Bíblia ensine que o marido é a cabeça da família e que a esposa deve obedecer-lhe a orientação, na área sexual ambos estão no mesmo nível. As diferenças afetivas e psicológicas dele e dela devem ser conhecidas por ambos, a partir do marido, por ser ele a cabeça do casal (1 Pe 3.7 "com entendimento"). A expressão "Não vos defraudeis um ao outro" (v.5), é um preceito bíblico. O relacionamento físico do casal é parte do plano divino (1 Co 7.3); é uma necessidade conjugal (Pv 5.15,18); é um direito conjugal (Êx 21.10). No v.5, Satanás é citado como um inimigo pronto para infernizar e destruir o casamento, especialmente através da infidelidade conjugal. Ele sempre procura arruinar tudo o que é bom, e o casamento é um de seus principais alvos. Que isso sirva de alerta para todo casal cristão.
2. Abstinência temporária (7.5,6). Dá-se a abstinência temporária quando um dos cônjuges resolve abster-se sexualmente para dedicar-se de forma integral a uma missão ou atividade espiritual. Há condições definidas para isso (v.5): 1) Consentimento mútuo; 2) A situação deve ser temporária "por algum tempo"; 3) Deverá ser por elevados propósitos cristãos - oração, jejum; e 4) Deverão juntar-se de novo, imediatamente.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

O casamento efetuado por amor recíproco preserva e protege a pureza moral da sociedade.

III. O SOLTEIRO (vv.7-9)

1. "Cada um tem de Deus o seu próprio dom" (v.7). O termo "dom" refere-se a uma capacitação sobrenatural conferida por Deus para alguém permanecer solteiro sem "abrasar-se" (v.9), e sem frustração. O cristão pode permanecer solteiro por tempo indeterminado, ou nunca se casar para realizar propósitos específicos de Deus. Todavia, isso requer não somente domínio próprio, mas um dom especial da graça divina, o qual não é concedido a todos: "... cada um tem de Deus o seu próprio dom..." (v.7). Você é solteiro (a) e tem o dom do celibato? Está disposto (a) a ficar assim, servindo ao Senhor com fidelidade, segundo seus desígnios específicos para a sua vida?
2. O conselho de Paulo aos solteiros que desejavam permanecer neste estado (v.8) tinha a ver com as condições sombrias que estavam para atingir a igreja. No v.26, a expressão "instante necessidade" equivale a "situação angustiosa que se aproxima". Jesus também abordou esse assunto em Mateus 19.12.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O solteiro pode permanecer nesse estado para realizar a obra de Deus.

IV. COMPROMISSOS CRISTÃOS NO CASAMENTO (vv.10,11)

1. A mulher e o marido não devem se separar. O apóstolo expressa diretamente a vontade do Senhor: "Todavia, aos casados, mando não eu, mas o Senhor" (v.10). "A mulher se não aparte do marido (...) Se, porém, se apartar, que fique sem casar" (...) "o marido não deixe a mulher" (vv.10,11). Naquela época tanto a lei romana quanto a judaica concedia igualmente ao marido e a mulher o direito de dissolver o casamento por "qualquer razão" (Mt 19.3b). Jesus, porém, declarou enfaticamente: "Qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério" (Mt 19.9). Ler também Mt 5.32; Mc 10.11,12; Lc 16.18; Ml 2.14-16.
2. Conversão do cônjuge após o casamento (1 Co 7.12-16). Os versículos 12-16 têm a ver com casais descrentes em que um dos cônjuges converte-se a Cristo, e o outro não. A Bíblia não está aqui sancionando o casamento misto, do crente com o incrédulo. A passagem infere claramente a conversão de um deles após o casamento. Não é que o descrente passe a ser santo em Cristo perante Deus simplesmente porque seu cônjuge é convertido. Significa, sim, que o marido ou mulher de um crente é motivado a chegar-se a Deus pelo modo consagrado de viver do crente. Através do cônjuge crente, as bênçãos do casamento são conferidas sobre o descrente. E até os filhos de tal casamento são também abençoados... "mas, agora, são santos" (v.14). Se o descrente se recusar a permanecer com o convertido por causa de sua fé em Cristo, o cristão está livre da obrigação de sustentar o casamento. Mas, a iniciativa deve ser do descrente. "Mas, se o descrente se apartar, aparte-se" (v.15). Esses casos são raros no Ocidente, mas no Oriente ocorrem com frequência. No passado, ocorria muito mais.

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

O casamento deve ser indissolúvel.

CONCLUSÃO

Os coríntios viviam num ambiente de promiscuidade sexual ostensiva, sendo a metrópole de Corinto o centro do culto imoral e depravado à deusa grega Afrodite, cultuada entre os romanos sob o nome de Vênus. Ela era considerada a deusa do amor erótico, sensual. Hoje a Igreja defronta-se com ambiente ainda pior, como é o caso da multimídia eletrônica e informatizada: dramatizada, falada, visualizada, escrita, gravada etc. Entretanto, maior é Deus para guardar a todos os que nEle confiam e que vivem para Ele.

VOCABULÁRIO


Abstinência: Privação voluntária.
Celibato: O estado de uma pessoa que se mantém solteira.
Recíproco: Que implica troca ou permuta entre duas pessoas.
Decálogo: Os dez mandamentos bíblicos da lei de Deus.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


HORTON, S. M. I e II Coríntios: os problemas da igreja e suas soluções.RJ: CPAD, 2003.

EXERCÍCIOS


1. Cite um sinal do fim dos tempos a respeito da família, de acordo com 1 Tm 4.1-3.
R. Um dos sinais do fim dos tempos é a proibição do casamento.

2. Explique a abstinência sexual temporária de acordo com 1 Co 7.5,6.
R. Dá-se a abstinência temporária quando um dos cônjuges resolve abster-se sexualmente para dedicar-se de forma integral a uma missão ou atividade espiritual.

3. Defina o dom de celibato.
R. Capacitação sobrenatural conferida por Deus para alguém permanecer solteiro sem "abrasar-se" (v.9), e sem frustração.

4. Escreva o texto de Mateus 19.9.
R. "Qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério" (Mt 19.9).

5. Conforme a lição, exponha o que você entendeu de 1 Co 7.15.
R. Resposta pessoal.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO


Subsídio Teológico

"Asceticismo e o celibato matrimonial
[...] No versículo 2, Paulo está argumentando contra o falso ensino que defende o asceticismo e o celibato matrimonial. Alguns supunham que a vinda de Cristo estava muito próxima e que por isso deveriam ser espirituais. Esse pensamento de ser "espiritual" era provavelmente influência proveniente de idéias gregas sobre o corpo ser algo indigno (veja 1 Co 6.12-20; 15.1-58). O que Paulo quer dizer é que cada homem que já está casado deve continuar mantendo relações com sua própria esposa, e cada esposa com o seu próprio marido. Esta é a norma para os cristãos. A imoralidade que Paulo tem em mente é homens casados irem visitar prostitutas (em geral as prostitutas do templo que eram incentivadas pela religião grega). O versículo 2 se aplicaria a todo caso extraconjugal de hoje.
Dentro do casamento, o marido tem a responsabilidade primária de buscar a satisfação sexual de sua esposa. A esposa também deve corresponder. Paulo não considera as relações sexuais como somente para procriação. Elas são uma obrigação dentro do casamento, mas o marido e a esposa devem respeitar-se um ao outro para chegarem a um acordo mútuo sobre como e quando. Visto que no plano de Deus eles são unidos como uma carne, cada um possui o corpo do outro".
(HORTON, S. M. I e II Coríntios: Os problemas da igreja e suas soluções.RJ: CPAD, 2003, p. 69.)

APLICAÇÃO PESSOAL


Ao nascer, fomos dotados de impulsos (tendência natural) específicos sem os quais nossa sobrevivência seria impossível. O impulso sexual caracteriza o instinto de preservação da espécie. Depois da Queda, no jardim do Éden, o homem pecador passou a deturpar este impulso divino, gerando as muitas aberrações que sabemos existir hoje, mas isso não invalida a intenção de Deus em abençoar o homem e perpetuar a espécie através da sexualidade sadia. Provérbios 5.18 diz que "bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade". A vida sexual saudável dentro do casamento tem a bênção de Deus, além de dar alegria e prazer ao cônjuge (Hb 13.4). Todavia, o desejo sexual deve ser disciplinado se quisermos viver de acordo com a vontade do Pai.
Satanás, que induziu o homem a pecar contra Deus, tem um plano oposto aos propósitos estabelecidos pelo Criador. Ele tem trabalhado em favor da banalização do sexo e da destruição do casamento. Estejamos, pois atentos às suas ciladas e oremos mais a favor da família.
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